.......“Haraka Baraka” é um famoso ditado egípcio que, em tradução livre, significa “o movimento é uma benção”. E o movimento é, de fato, uma benção para as empresas que buscam sustentabilidade e competitividade. No contexto empresarial, ESG refere-se às três questões importantes: ambiental (E), social (S) e governança (G). Contudo, enquanto os aspectos ambiental e social atraem mais atenção pública e mediática, é a governança que funciona como o catalisador para que esses pilares avancem. Sem o “G”, o “E” e o “S” permanecem parados. Não há movimento.
.......Mas o que é mesmo governança? Esse assunto envolve o conjunto de diretrizes, práticas e estruturas que garantem que uma organização opere de maneira eficiente, transparente e responsável. Em empresas do setor de mineração, a governança é especialmente relevante para evitar impactos significativos das operações sobre o meio ambiente e as comunidades locais. Segundo publicações como Harvard Business Review e MIT Sloan Management Review, a boa governança permite alinhar metas corporativas com valores sociais e ambientais, conectar estratégias de negócio a metas sustentáveis e fortalecer a liderança executiva.
.......Recentemente a Comissão ESG do SINDAREIA abordou o tema 'Governança Corporativa e Sustentabilidade'. Nessa oportunidade conversamos sobre a estrutura de governança das empresas e seu impacto direto na estratégia do negócio e sua sustentabilidade. Ficou claro que a governança responsável é a chave para que as empresas busquem o crescimento e a permanência no mercado quando observamos o longo prazo.
.......Empresas com governança eficaz alcançam não apenas conformidade regulatória, mas também criam vantagem competitiva. Um exemplo prático é aquele das empresas de mineração que implementaram sistemas de gestão ambiental integrados a seus processos decisórios. Ou seja, a alta gestão entendeu que o assunto é estratégico e toma decisões que levam em conta os assuntos ambientais e sociais. Não são pegos de surpresa. Mapeiam, discutem e colocam ações em movimento. Pensando no social, empresas que implementam programas para capacitação de mão de obra local não apenas afastam um problema de mão de obra, mas também criam um ciclo virtuoso de desenvolvimento regional.
.......Ações como essas só são viáveis quando a governança estabelece objetivos claros e acompanha os resultados. A liderança corporativa desempenha um papel essencial. Para isso, é fundamental que os líderes incentivem uma cultura de transparência, comunicando metas e desafios ambientais e sociais de maneira aberta, além de fomentar a inovação e investir em capacitação. Soluções tecnológicas e modelos de negócio inovadores podem resolver problemas complexos de ESG, enquanto treinamentos em sustentabilidade fortalecem a execução das estratégias.
.......Sem uma governança forte, qualquer iniciativa em sustentabilidade tem uma chance enorme de fracassar, mesmo se sair do papel. Estamos em um momento muito bom para que a alta gestão não apenas compreenda, mas lidere os esforços em ESG. Afinal, como diz o ditado egípcio, “o movimento é uma benção” — e a governança é o movimento que impulsiona o “E” e o “S” para o sucesso. Como consequência, por um lado nossas empresas vão se adaptar às demandas do mercado e à regulação cada vez mais restritivas. E por outro, será mais fácil mostrar à sociedade nossas contribuições para um futuro mais sustentável, onde crescimento econômico, responsabilidade social e preservação ambiental caminham lado a lado. Esse é o movimento.