Os desafios da mineração de agregados apresentados no fórum em Porto Alegre/RS
.......Nos dias 23 e 24 de novembro, no Centro de Eventos da FIERGS em Porto Alegre/RS, aconteceu o 3º Fórum de Mineração de Agregados - FMA e a Feira Estadual de Máquinas, Equipamentos e Insumos para Mineração de Agregados. O evento é Promovido pelo Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro do Estado do RS – Sindibritas, e Associação Gaúcha dos Produtores de Brita, Areia e Saibro – Agabritas.
.......O presidente executivo da ANEPAC, Fernando Valverde, apresentou as perspectivas e desafios do setor de agregados para construção, o qual ressaltou que 660 milhões de toneladas de agregados no Brasil são consumidos, e que esta mineração representa a maior indústria mineral mundial. Destacou o crescimento urbano no entorno das minerações e o trabalho em parceria com a comunidade. Ressaltou a importância em manter a mineração de agregados nas proximidades dos centros urbanos, pois quanto maior a distância, mais caro será o preço final deste insumo mineral, tão importante para a qualidade de vida nas cidades.
"Tirando a madeira, tudo é mineração e praticamente tudo é agregado. No Brasil, assim como ocorre no mundo, os agregados são mais consumidos e produzidos", destaca Fernando.
.......No último dia do fórum foi apresentado o Ordenamento Territorial da Mineração de Agregados - OTGM, com Fernando Valverde como moderador e com os palestrantes: Diretor Geral da ANM, Vitor Hugo Froner Bicca; Coordenador Técnico do Sindibritas-RS e Agabritas, Ivam Zanette; Assessor de Resolução de Conflitos da ANM, Caio Mário T. Seabra Filho; Assessora de Meio Ambiente do Sindareia-SP, Sandra Maia; e Coordenador de Petróleo, Gás e Mineração da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de SP, José Carlos Garcia Ferreira.
.......Sandra realizou a sua apresentação ressaltando a presença do Presidente do Sindareia, Anselmo Romera e focou sua apresentação em dois importantes eixos de trabalho de ordenamento desenvolvidos no Estado de São Paulo - o Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE e os Planos de Desenvolvimento Urbano Integrados – PDUIs, que em suma avaliam as potencialidades do território paulista, nas diversas regiões do Estado. Sandra comentou que...
.......Além disso, foi elaborado um documento como a base de dados da mineração de areia no Estado de São Paulo para permitir uma participação mais efetiva nas reuniões de ordenamento territorial acesse o link*. “Com as informações e dados do setor da mineração de areia do Estado de São Paulo, foi possível identificar que temos 741 empresas de mineração de areia distribuídas pelo Estado de São Paulo; foi possível destacar que dos 645 municípios paulistas, a mineração está presente em 445 municípios, o que denota que esta atividade está presente em 69% dos municípios do Estado. Tudo isto serviu para demonstrar que este setor é estratégico para o planejamento estadual e que esta mineração precisa estar próxima dos centros consumidores, para que haja oferta deste agregado para a constrição a um preço justo para os cidadãos, uma vez que o frete influencia demais o valor final do produto.”
.......Outro ponto em destaque o fato de que os PDUIs deverão ser homologados na assembleia legislativa de São Paulo, de modo que todos os municípios paulistas possam recepcionar as diretrizes desses Planos de Desenvolvimento nos seus planos diretores municipais.
.......Dr. Bicca ressaltou a importância do diálogo entre os poderes municipais, estaduais e da união.
“Precisa ter diálogo, trabalhar em conjunto e construir alternativas.”
.......Caio afirmou que não tem uma receita de bolo para OTGM, mas com as opções do setor público e privado consegue agir com um plano e cenário em prol da mineração. Fernando Valverde ressaltou que em 30 anos é a primeira vez que ele ouve uma proposta de uma zona de proteção no entorno das minerações, com o objetivo de preservar a atividade mineral.
.......No final do dia foram apresentados dois cases de sucesso sobre Sustentabilidade da Mineração de Agregados, da empresa AB Areias e do Instituto Itaquareia.
.......A Diretora do Grupo AB Areia, Sandra Maia, apresentou a Geração de Energia Solar Flutuante – uma possibilidade para o uso futuro em cavas exauridas de mineração. A autoprodução de energia sustentável, podendo substituir parte da demanda de energia da mineração ou totalmente. Com foco na sustentabilidade, diminuindo a emissão de gases de efeito estufa e colaborando com metas e protocolos ESG, além da inovação em investir em projetos de longo prazo para fontes de geração de energia solar flutuante para fomentar a cadeia produtiva de energias renováveis e beneficiar a economia e a sociedade.
.......A Coordenadora do Instituto Itaquareia, Flávia Casali Rossi, apresentou a reestruturação da Atividade no Instituto Itaquareia, com mais de 10 anos de existência, beneficiando mais de 51 mil pessoas e buscando a licença social. Com as boas práticas relacionadas a responsabilidade social e sustentabilidade nas empresas do Grupo com inovação e preservação do meio ambiente, como, por exemplo: tratamento de 100% do rejeito da mineração, mapeamentos com a comunidade local – conhecimento do território e cenário atual com geração de atividade remunerada.
.......Atualmente, a busca pela licença social e as transformações das áreas de minerações de agregados após o seu uso não é mais uma negligência e sim a necessidade e o objetivo em trabalhar com responsabilidade e segurança em prol da sociedade.