.......O superintendente comercial da Embu S.A., Florisvaldo da Silva Guimarães, ressaltou que a certificação ABNT trouxe tranquilidade para se trabalhar conforme estabelecido na chamada “Lei da Balança” A empresa, que trabalha com frota própria e de terceiros adotou a certificação como instrumento de comprovação da observação do limite legal de peso.
.......Revista Agregados SP: Qual a importância do MRP?
....... Guimarães: É um avanço no setor da mineração, uma iniciativa do Sindipedras e do Sindareia chamando as empresas para a auto regulação, motivando o enquadramento dos produtores a seguirem a legislação de peso na expedição de suas cargas. Pode parecer estranho, um chamamento desta natureza, mas temos que entender que hábitos e culturas de anos, trazem a impressão de não haver irregularidade no procedimento do excesso de peso.
.......Esta observação pode ser conferida com a forte adesão das empresas, nos primeiros dias da campanha, diria que cerca de 85% do setor, fez este Movimento de forma voluntaria e responsável.
.......Revista Agregados SP: Porque cerca de 15% do setor não aderiu a esta iniciativa?
....... Guimarães: Acredito que toda mudança causa incertezas, requer às vezes tempo de adaptação, de reflexão e entendimento. Não consigo enxergar no setor empresas que se sintam à vontade por estar fora da lei, é uma questão de tempo e tenho certeza que será rápido.
.......Revista Agregados SP: Estas empresas prejudicam o setor estando fora do MRP?
....... Guimarães: Entendo que os maiores prejudicados são as próprias empresas, pois elas se expõem ao mercado de forma negativa, circulando em rodovias, estradas e dentro de áreas urbanas de forma irregular, sujeitas as fiscalizações e multas.
.......Soube da notícia de um produtor que foi obrigado a reparar parte do asfalto de uma cidade, pelo dano que causou por conta do excesso de peso, olha só o tamanho do risco que algumas empresas estão correndo. Outras empresas assinaram um Termo de Ajuste de Conduta — TAC junto ao ministério público se comprometendo a seguir a legislação, se não seguirem, estarão sujeitos as multas milionárias.
.......Ou seja, por mais que a imagem do setor possa ser afetada negativamente, e tenho certeza que é, o maior prejuízo recai diretamente a estas empresas.
.......Revista Agregados SP: O que mudou com o MRP?
....... Guimarães: Foi uma mudança significativa no que diz respeito a segurança, redução do custo de manutenção dos caminhões, consumo de combustível, tempo de viagem, acesso às obras, redução dos desgastes das estradas e avenidas, são exemplos dos inúmeros benefícios alcançados.
.......É muito comum o transporte de terceiros neste setor, o proprietário de caminhão teve um benefício muito grande com a redução do peso, ele é o elo mais fraco da cadeia, não tinha força para mudar este cenário, apesar da maior parte do risco recair sobre eles.
.......Revista Agregados SP: O transportador foi quem mais ganhou com esta mudança?
....... Guimarães: Não teve perdedores neste Movimento todos ganharam, produtor, transportador, sociedade, órgãos públicos, concessionárias de rodovias, o benefício foi geral.
....... Imagina o desgaste de ruas, avenidas, estradas, viadutos, pontes com o excesso de peso, imagina o risco de um acidente envolvendo inocentes, famílias, trabalhadores circulando ao lado de caminhões com excesso de peso, imagina o custo que a sociedade arca ao ter que reparar obras prontas sejam públicas ou de concessão por conta do desgaste prematuro do asfalto e de estruturas.
.......Revista Agregados SP: Como a cadeia da construção podem ajudar no MRP?
....... Guimarães: Se todos ganham, todos devem exigir que os produtores façam parte e seguiam as orientações do MRP. Caminhoneiros não admitindo o sobre peso nos seus caminhões, construtoras e pessoas físicas quando forem comprar Brita e Areia, exijam dos seus fornecedores que suas cargas sejam entregues no limite legal de peso, órgãos públicos na aquisição destes produtos e também nos seus contratados para execução de obras, que só recebam os materiais se estiverem respeitando a lei da balança, e mais, que exerçam com rigor o poder de fiscalização.
....... O mesmo deve ocorrer com as concessionárias, que devem exigir das construtoras que prestam serviços a elas, que só façam aquisição de empresas que respeitem o limite legal de peso e tenham preferência pelas empresas certificadas pela ABNT.
....... É difícil entender que os órgãos públicos, ou mesmo as concessionárias que tanto precisam zelar pelos seus patrimônios, não se atenham a este assunto. Invoco aos departamentos de Compliance, aos códigos de ética das empresas, que olhem este assunto com a mesma importância dada a outros temas de conduta.
.......Revista Agregados SP: Algumas empresas estão buscando a Certificação da ABNT, o que isto pode ajudar?
....... Guimarães: A Associação Brasileira de Normas Técnicas — ABNT, desenvolveu a pedido do Sindipedras e do Sindareia, um Certificado que garante que todos os procedimentos de pesagem adotados pelas empresas, respeitam e só liberem cargas dentro do limite legal de peso, respeitando o modelo de cada caminhão.
....... A Embu S/A, foi a primeira empresa do setor a conseguir está Certificação em todas as suas unidades. O sistema não consegue gerar nenhuma nota fiscal com excesso de peso por menor que ele possa ser, por exemplo, 10 kg além do que é permitido no PBT do caminhão, faz com que a emissão da NF não ocorra, até que o excesso seja retirado.
.......Revista Agregados SP: Qual a sua avaliação a respeito do MRP?
....... Guimarães: Ele foi decisivo, sendo o passo mais importante para impulsionar as empresas que adiavam esta decisão ou que haviam tomado medidas intermediarias, mas ainda não estavam totalmente regulares a se adequarem definitivamente. O MRP levou as empresas a um avanço nos seus procedimentos, entendo que este caminho não tem mais volta, me sinto muito seguro em afirmar, que as empresas que aderiram ao Movimento, não admitirão mais operar com irregularidade no transporte ou despacho de seus produtos.
.......Para Kelly Cristina Aro, diretora do centro de serviços compartilhados do Grupo Itaquareia, grupo que teve todas as suas unidades de produção homologadas com certificação dos seus processos de expedição pela ABNT, este é um diferencial.
“Mostramos a importância de seguir a legislação do CONTRAN, fiscalizamos os motoristas para que carreguem dentro do limite estabelecido e orientamos sobre o perigo de trafegar com excesso de peso, que traz perdas de diferentes naturezas ao transportador”.
.......Seguindo o mesmo procedimento de pesagem em todas as unidades, processo simples e rápido, o caminhão entra na unidade, passa na balança vazio, tira a tara e no monitor do sistema já aparece a placa, modelo e informações do veículo. Em seguida é direcionado para a área de carregamento, retorna para a balança e é realizada a pesagem, obtendo-se o peso carregado. Caso o veículo esteja acima do PBT, o sistema não emite a nota fiscal, sendo necessário um retorno para o pátio de estoques para a retirada do excesso.
“Com a certificação todos os procedimentos são verificados, conforme as orientações de certificação da ABNT”.