CONHEÇA O CAMINHO DA BRITA ATÉ CHEGAR À SUA CASA

.......Antes de trazer os benefícios para as construções e pavimentações, entre outras aplicações, a rocha, seja granito, gnaisse, basalto ou outras, têm um longo trajeto pela frente. Um trabalho minucioso de extração da rocha e de produção da brita é desenvolvido para que possa ser utilizada.

.......E tudo tem início com a rocha, que está na camada do denominado “manto”, antes do centro do globo terrestre, na qual as rochas estão derretidas, numa forma pastosa, dando origem ao magma, conforme pode ser visto na Figura 1

.......Contudo, por conta de eventos geológicos – como, por exemplo, movimentos de placas, o magma foi empurrado para a superfície, por fendas e rachaduras na crosta, ou por dutos vulcânicos. Ao chegar no lado externo da Terra, ocorreu o seu resfriamento, dando assim origem às rochas ígneas internas, como o granito e basalto, e que sob movimentos e transformações, exposto à elevada pressão e temperatura deram origem também às rochas metamórficas, como o gnaisse e outras. Estes eventos geológicos ocorreram há milhões de anos e ainda continuam a ocorrer.

.......Essas rochas são encontradas largamente na superfície terrestre, que constituem as jazidas para a exploração econômica de brita; eventualmente, são empregadas rochas calcárias.

.......No Brasil, as principais rochas utilizadas para brita são granitos e gnaisses, basalto e diabásio, e calcário. Na Grande São Paulo e região do litoral paulista as rochas mais encontradas são granitos e gnaisses. Eventualmente existe a utilização de calcário a oeste e sudoeste da cidade de São Paulo, como, por exemplo em: Araçariguama, Sorocaba e Itapeva. Ao passo que no interior do Estado, predominam o basalto e diabásio, e calcário. Do sul de São Paulo até o Rio Grande do Sul as rochas mais encontradas são os basaltos, principalmente interior e em toda a bacia do Paraná, inclusive Mato Grosso do Sul. Na faixa litorânea do sul do país existem muitos afloramentos de granitos e gnaisses. Do interior da Bahia até Goiás, a predominância é de rochas basálticas, também de calcário. No Nordeste em geral, há muito granito e gnaisse, também muito calcário. De Goiás ao Mato Grosso existe a ocorrência de basalto e um pouco de granito. Na região Norte existe escassez de rochas ígneas, principalmente na Bacia Amazônica, tanto que existem alguns projetos de utilização de lodo de rios para produção de agregados leves sinterizados.

.......As rochas extraídas pelo processo de mineração por meio de diversas técnicas adequadas à situação local e às características das rochas da jazida, passando a ser chamadas de pedreiras (Figura 2). Nesse processo se promove a perfuração do maciço rochoso e o desmonte por explosivos, que gera material de dimensões adequadas para alimentar uma planta de britagem e classificação para produzir a brita.

Figura 2: Pedreira Itapeti
Fonte: Embu S.A. Engenharia e Comércio – Site: https://embusa.com.br/?page_id=764

.......Antes desses processos usualmente é feito o decapeamento da jazida que nada mais é do que a remoção do material de cobertura da rocha, que pode ser estocado em local adequado para quando da recuperação da área após o término da exploração ou por vezes comercializado (saibro). Em seguida são definidas áreas onde haverá a extração da rocha, consistindo em aberturas de bancadas, vias de acesso e drenagens. As operações seguintes são a perfuração da rocha, o carregamento de explosivos segundo um “plano de fogo” (projeto de instalação e detonação das cargas explosivas) específico para as condições locais, o desmonte propriamente dito, e o carregamento e transporte do material para a planta de britagem e classificação. Na (Figura 3) a seguir é apresentado um fluxograma simplificado da produção de brita.

Figura 3: Fluxograma simplificado da exploração de brita
Fonte: Iramina et al. (2009).

.......O material que foi desmontado irá alimentar a planta de britagem e classificação que consiste em britadores, grelhas, peneiras, e correias transportadoras. A sequência usualmente consiste de uma britagem primária, britagem secundária e britagem terciária, e ciclos de classificação, com peneiramentos para a produção dos materiais conforme as faixas granulométricas adequadas ao mercado consumidor. Importante ressaltar que em todo o processo a rocha “in natura” inicial não sofre transformação da natureza estrutural ou química do todo, ou dos minerais constituintes da rocha, e sim simplesmente a redução de tamanho e classificação granulométrica para as diversas aplicações de mercado. Os diversos materiais produzidos são estocados em pilhas para posterior carregamento nos meios de transporte para os centros consumidores.

.......Assim, após percorrer todo esse caminho, a brita estará pronta para o consumo, com aplicações na produção de concreto, blocos, bloquetes, fundações, pavimentações, viadutos, galerias, gabiões, muros de contenção, lajes, vigas e colunas, calçadas, entre tantas outras aplicações na construção civil.

.......É por isso que essas pedras (Figura 4), tão fundamentais, utilizadas na construção civil, que percorrem um enorme trajeto até chegar à aplicação final nas obras, devendo ser feito com todo o cuidado, que só empresas especializadas, em extração, beneficiamento e comercialização de brita podem fazê-lo com qualidade cumprindo as normas técnicas e de segurança, bem como o respeito ao meio ambiente e ao Movimento Responsabilidade de Peso.

Figura 4: Brita
Fonte: própria do autor.

.......Iramina, W. S. et al. Identificação e controle de riscos ocupacionais em pedreira da região metropolitana de São Paulo. REM: R. Esc. Minas, Ouro Preto, 62(4): 503-509, out. dez. 2009.


.......Science Learning Hub - Pokapú Akoranga Pútaiao - Inside the Earth - The University of Waikato - https://www.sciencelearn.org.nz/resources/337-inside-the-earth acesso em 28/03/2024.


.......Inside the Earth Pedreira Itapeti - Site da empresa Embu S.A. Engenharia e Comércio https://embusa.com.br/?page_id=764